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PALEOARTE!

A ARTE DA DESEXTINÇÃO!

Cabeçalho da página.

“Dinossauro”. Palavra criada por Richard Owen em 1841 como um acrônimo do grego deinós (“lagartos”) e saûros (“terríveis”), e nesse ano fazem 180 anos que Owen a pronunciou pela primeira vez e algumas décadas que ela mexe com o imaginário das pessoas, principalmente de crianças (ou aficionados, como eu! Hehehe!!!).

Caso você tenha nascido ali pela década de 1980, deve ter presenciado ainda na infância a dinomania que tomava o mundo, principalmente a dos anos 90. Eu pelo menos era um guri louco por esses bichos lindos! Sim! Sinceramente sempre os achei lindos e fascinantes! E se me disserem o contrário eu mordo! O gigantismo medonho deles era encantador. Imaginar aqueles bichões exóticos andando na mata, urrando, se alimentando, caçando, se reproduzindo, brigando, e até dormindo, e sabendo que foram reais, era de pirar o juízo da molecada!

A grande mídia e as empresas souberam se aproveitar disso para encher seus cofres, pois sendo de domínio público, no sentido de não exigir licenciamento, o tema dinossauro pode ser explorado livremente e nunca fica datado. TV, cinema, editorial, alimentos industrializados, brinquedos, indústria têxtil e tudo o mais, quase nada deixava a pré-história passar sem lucrar. Assim como ainda acontece hoje em dia.

Não vou me estender aqui detalhando o que curti disso tudo naquela época (e hoje também). Foram muitas coisas! Daria um livro se fosse tratar de algumas delas, como Jurassic Park (esse foi uma loucura e reinventou o cinema!) e outros filmes, as séries Família Dinossauros, O Elo Perdido (original na TVS/SBT e na Globo, e remake na TV Colosso), álbuns de figurinhas, como o Nestlé Surpresa, os fascículos Dinossauros! Descubra os Gigantes do Mundo Pré-histórico, da Editora Globo e outras revistas, desenhos animados, bonecos… ainda tenho essas raridades guardadas (dá até pra ver algumas daqui enquanto digito esse texto) e de lá pra cá não parei de ser escavador da pré-história, principalmente da Era Mesozoica: o que vejo de interessante em lojas, sebos e e-commerces agarro.

A dinomania foi inspiradora e estimulante. E no meu caso umas das responsáveis por passar grande parte do meu tempo de pivete lendo e desenhando o dia quase inteiro, e aprendendo nomes de espécies quase impronunciáveis. Fala aí bem rápido sem cuspir nem engasgar: Eustreptospondylus, Archaeopteryx, Heterodontosaurus, Parasaurolophus! Dizem por aí que estudar demais endoida. O que é uma grande mentira! Mas se essa asneira fosse verdade, “endoidei” nessa época estudando paleontologia autodidata nas minhas coleções de álbuns, revistas e livros. E nas horas de documentários assistidas: a TV Cultura exibia tesouros da ciência, como Olho Vivo e PaleoWorld*. Suas trilhas de abertura ainda ecoam no cérebro e arrepiam.

E foi nesse cenário que peguei gosto e jeito em desenhar dinossauros desde pirralho, treinando paleoarte, ou paleontografia, mesmo sem saber naquele tempo que esses termos existiam (e olhe que a palavra “paleoartist” foi criada em 1986, por Mark Pallet). Meus primeiros dinos tortinhos desenhados em um bloquinho citei no prefácio da primeira HQ do Brontinho.

Sei que chamo meus rabiscos de “paleoarte”, mas a paleontografia tem objetivos mais científicos, até por ser um ramo da paleontologia. Geralmente o (a) paleoartista tem assessoria de paleontólogos e/ou contato com fósseis e outros registros, e se apropria de técnicas como anatomia comparada, biomecânica e por aí vai! A paleoarte realiza a desextinção visual de seres e ecossistemas extintos que não causariam o mesmo impacto se nosso contato com eles fosse apenas narrado em letrinhas, em texto prosa.

Nessa galeria, de início, estão algumas das centenas de ilustrações de dinossauros que já fiz, colocadas em ordem cronológica decrescente de 2003 até 2017. Mas logo usarei a engenharia genética com sangue de muriçoca pré-histórica, sequenciando as falhas no código com lápis e tintas, para trazer mais dinossauros.

E não estranhem se grande parte dos rabiscos forem de tiranossauros! Mesmo gostando de todos os dinos, o “rei dos répteis tiranos”, o “lagarto tirano rei” sempre foi o meu xodó! Por que você acha que o mascote do estúdio é o Tiranossaco, um tiranossauro inspirado no Cara de Cicatriz, T. rex do remake de 1991 de O Elo Perdido*?!

 

 

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* Não encontrei suas versões dubladas.

• Para ampliar, clique sobre a imagem e em seguida um clique duplo. Isso se eles não morderem o teu dedo! •

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