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O HERÓI - NASCE UMA LENDA!

© 2020.

RN20524HQ/OH1

Publicação: 01/setembro/2020.

Formato de diagramação: 21 x 29,7cm (A4).

Páginas: 7.

Miolo: Colorido.

Periodicidade: Flexível.

Classificação: Livre.

 

 

O Pacheco nasceu de novo!

 

Em um final de tarde do início de janeiro desse ano, descendo a escadaria, saindo do prédio comercial onde fica a academia que treino com minha esposa, vi uma cena muito doida em cima de um banco de calçadão: um guri com aparentemente nem 10 anos direito fantasiado de Homem-Aranha fazendo posições “heroicas” do personagem! Tal cena era daquelas de fazer cosquinha! Esse banco da Av. XVII dá bem de frente para o portão da escada e mal dele saímos já fui logo “sentindo a cosquinha” e dizendo empolgado: “Olha ali a putaria, Fran! Dá uma história!”. Não deu outra. De lá fomos comer açaí – sem açúcar! – e eu não falava em outra coisa. Como seria? Tirinha? Lâmina? Muitas páginas? E o roteiro?! As ideias choviam e nem vi o açaí chegar ao bucho. Ainda mais que eu já estava prestes a comprar o domínio do site e essa já seria uma webcomic garantida! E aqui está ela! Tanto com o menino quanto com o mesmo banco!

A cena era cômica, também, porque o garotinho se sentia, mesmo usando uma fantasia sambada e mal feita, só com a parte de cima e com chinelos! E linkar aquilo com o Homem-Aranha “real” naquela situação foi hilário! O impacto foi tão louco que nem lembro agora se realmente usava máscara, ou se estava de calção, bermuda ou calça comprida, porque de lá pra cá já foram imaginadas tantas coisas para a série da HQ que hoje a imagem mental desse fato já virou uma mistura da realidade com a ficção. Mas parece que usava máscara sim. E o que fez mais cócegas ainda foram as poses desengonçadas e piruetas que ele encenava com aquele corpinho esquelético de juntas flexíveis, convencido de que era mesmo Peter Parker. Foi muito pirado, caricato, exótico e… de uma pureza incrível!

Enquanto o mundo estava assistindo a chibata comercial entre EUA e China, a Terra passando por mudanças climáticas, uma “gripezinha” em Wuhan prestes a se tornar uma pandemia saindo da Ásia, ganhando a França até “dominar” o planeta, e o Brasil explodindo em uma polarização política que mandou “amizades” e “casamentos” para a China, aquela criança peidava para isso tudo! E SE decidisse resolver os problemas do “universo adulto” prenderia tudo em teias de aranha. Foi justamente esse “se sentia” do pequeno cosplay, o foco e leveza da imaginação infantil, que deu pano pra manga – eu acho que a fantasia dele tinha manga… – para nascer o Pacheco em… O Herói!!! Na realidade Pacheco já havia nascido, literalmente, há muito tempo. Sim! O pivete estudou comigo!

Cabe aqui um flashback

Não lembro se era 6ª ou 7ª série na José Mario Barbosa. Éramos dois fedelhos de mente parecida. A principal diferença entre nós era que, assim como o da ficção, ele era magricelo; já eu só tinha barriga e cabelão encaracolado, diferente do magrelo “quase Seu Madruga” que sou hoje. O cara era tão desengonçado que na volta do recreio eu o trancava no armário de alvenaria – cabia lá todo contorcido – que ficava a TV e os manuais didáticos das videoaulas da TV Cultura (é o novo!!!) para a professora pensar que ele ainda não havia voltado. Depois ele saia de repente, rindo e com o cacoete que tinha de ajeitar a franja na testa. O fato é que nossos gostos para álbum de figurinhas, desenhos e filmes eram idênticos. Polos iguais geram “panelinhas” em sala de aula, ainda que só de duas pessoas. E quando a turma foi incumbida a escolher qual filme a “fessora” alugaria – em fita VHS!!! – para a recreação, a decisão foi unânime “de dois” (mas ganhamos!): Jurassic Park! O melhor filme do mundo!!! Que inclusive hoje me serviu de referência para compor o visual do protagonista. Como?

Já faz tanto tempo que se nesse momento Pacheco passasse aqui eu não o reconheceria. E acho que vice-versa. Lembro demais do rosto do maluco, mas como criança e com um pouco de desfoque. Afinal, fazem quase 25 anos. E a ideia de retratar no personagem aquele colega bacana de sala que você só conviveu por um ano – se foram dois não lembro –, mas que marcou, veio quase que imediato com O Herói. Motivo? O garotinho no banco lembrava demais o Pacheco! E decidi não apenas pela aparência, como no nome também. Mas como caricaturar uma pessoa “de rosto borrado” pelo tempo? Foi aí que entrou o filmão de Stiven Spielberg tirado do livrão de Michael Crichton!

Meu amigo parecia muito com o personagem Tim Murphy do ator mirim – na época – Joseph Mazzello. Você lembra. Fez parte do casal de irmãos no filme, Lex (Ariana Richards) e Tim, netos de John Hammond (Richard Attenborough). Mazzello e Pachequinho se pareciam na cor e corte de cabelo, no olhar, na forma do rosto e do corpo franzino com “cambito seco” de joelhos protuberantes. Não à toa o apelidei de Tim! E ele curtia. Assim, aliando minha memória a cenas de Tim em Jurassic Park, consegui, mais ou menos, caricaturar aquele guri.

Nem precisa dizer que para entender algumas coisas dessa história curtinha – assim como das demais dele que virão – é interessante conhecer o “B-A-BA” do personagem em questão, porque ficaria chato de ler um gibi lotado de notas de rodapé. Por isso fica a dica para que pesquise caso tenha dúvidas de algum personagem, termo, conceito, situação, easter egg ou outra coisa. E o herói de estreia é ele, que por anos viveu à sombra de ser cópia do Batman, mas que aos poucos ganhou notoriedade e vida própria, principalmente após a série da Warner Bros e The CW; ele, o inigualável e bom de mira…

Leia para saber! Háhá!!! Mas a capa entrega…

Foi O Escolhido porque no momento, mesmo em ritmo lento por conta do projeto do site, o estou curtindo demais na Netoflix– Quer dizer… Netflix. E que série! Desde o ano passado minha esposa a começou e me influenciou a ver. Ela já terminou a penúltima temporada! Um dia eu chego lá… E é nessa versão televisiva que se embasa esse conto nas referências, até mesmo a cena que Pacheco assiste.

O Herói é uma singela homenagem aos heróis e à infância. Retrato da época em que a mente não carrega lixo acumulado e que realidade e fantasia brincam juntas com espada de carnaúba.

No mais, se sentir que corre perigo, chame pela lenda. Chame o vigilante de Manicópolis. Chame… O Herói! Na verdade é melhor não chamar…

DIVISOR DE FORMA

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